segunda-feira, 19 de abril de 2010

CÉLULAS-TRONCO: Conflito ético e Avanços nas pesquisas


CONFLITO ÉTICO




As células-tronco podem representar um novo caminho no que diz respeito ao tratamento de doenças degenerativas, já que as pesquisas buscam este objetivo. O estudo das células-tronco pode representar uma nova esperança no modo de tratar tais doenças e, no quesito importância, tem-se aqui o destaque para as células pluripotentes, uma vez que podem se transformar em qualquer célula, tecido ou órgão. Esse caminho objetiva a reposição de células doentes por células saudáveis. Isso envolve uma tecnologia que aproveita todo o potencial dessas células para a cura de lesões, como as de medula, doenças cardíacas, mal de Parkinson, diabetes, muitos tipos de câncer, dentre outras. Isso ainda é um desafio para a ciência que, nos últimos anos, provocou uma onda polêmica em torno da questão ética em diversos países. Alguns deles são muito liberais no quesito pesquisa com embriões: Israel, Cingapura, Reino Unido e China. Outros impõem limites, como no caso do Brasil e EUA, sendo que este último permite pesquisas, mas não concede a elas financiamento federal. A Califórnia, por sua vez, permite e apóia tanto pesquisas quanto clonagem terapêutica. Já a Turquia se parece com o Brasil: não apóia nem permite a criação de embriões para pesquisa, mas autoriza a manipulação de embriões descartados. E há também países que proíbem toda e qualquer pesquisa nesse sentido: a Itália.

A Lei de Biossegurança que foi aprovada no Brasil em 2005 permitiu a pesquisa com células-tronco em embriões obtidos in vitro congelados há mais de três anos, desde que houvesse a autorização dos pais. Pois bem, a controvérsia se refere justamente às células-tronco obtidas a partir de embriões humanos, fato reprovado pelos grupos religiosos que admitem que o embrião já equivale a um ser humano, não podendo ser, então, destruído. Para diversos grupos religiosos não se pode salvar vidas assassinando outras, mesmo que estas ainda não estejam formadas absolutamente. Logo, preparar embriões para qualquer tipo de experiência traria à essência a prática do aborto, proibido aqui no Brasil, salvo algumas exceções. Esse é o alvo de toda a discussão, uma vez que a tecnologia de obtenção das células-tronco embrionárias exige a destruição do feto.

Essa polêmica não gira especificamente em torno de qual momento começa a vida, uma vez que qualquer célula está viva, inclusive o óvulo e o espermatozóide antes da fecundação, mas sim em qual momento realmente um embrião pode ser considerado um ser humano. Diante desses fatos, em 2005 Cláudio Fonteles, o então procurador-geral da República, deu entrada contra pesquisas com células-tronco embrionárias no país. Segundo sua posição, o ser humano não se inicia somente após o blasctocisto, já que a vida humana passa por diversas fases. Em uma de suas opiniões no jornal Folha de São Paulo, março de 2009, ele confirmou: “... é primeiramente embrião, depois feto, bebê, criança, jovem, adulto, velho”. O ser humano não nasce pronto ou quase pronto. É um processo. Para que a vida se concretize em sua plenitude há um seguimento absolutamente incrível, sendo assombroso e ao mesmo tempo sublime.

Já os que são a favor das pesquisas pensam que qualquer tecido ou órgão constituído a partir de células-tronco embrionárias será um material de reposição perfeito para ser utilizado em pessoas que necessitem substituir tecidos ou órgãos doentes. Para os que são favoráveis, a argumentação segue com a confirmação de que o uso de embriões descartados não é uma forma de agressão à vida, mas uma forma de lutar a favor dela. Para eles, os fetos que estão congelados há muitos anos não originarão nenhum ser humano e o trabalho com células tronco embrionárias poderá um dia ser tão comum como a prática de um transplante de rim ou de coração, por exemplo.

A cura com as células-tronco ainda é um passo difícil de dar, pois o impasse se faz presente porque há toda uma discussão ética envolvida quando se fala nessa questão. No entanto, se as pesquisas não avançarem, jamais se terá a cura que a qual os homens buscam.


AVANÇOS NAS PESQUISAS




As células-tronco adultas são muito mais utilizadas no combate a doenças degenerativas, uma vez que o tratamento com as células embrionárias ainda é motivo de muitas discussões. O poder que as células-tronco tem de devolver a visão a quem corre o risco de perdê-la, recuperar movimentos perdidos com a esclerose múltipla, rejuvenecer rostos envelhecidos pelo tempo sem cirurgia, dentre outras coisas, é surpreendente. Assim, a possibilidade de viver melhor tem motivado pessoas do mundo inteiro a serem tratadas com células-tronco. No Brasil, este tratamento tem trazidos resultados positivos. Há exemplos de casos, que em cinco anos de tratamento, pessoas com dificuldade de movimento puderam andar sozinhas, comer alimentos antes proibidos, devido a consequências graves no organismo; nadar, calçar tênis e outras atividades corriqueiras que, para elas eram impossíveis de realizar. O efeito das células-tronco é mais promissor quando se inicia a doença e não quando ela está instalada no organismo há muito tempo, já que quando a doença se faz presente por longo período, há sequelas e o tratamento fica muito mais difícil. O incrível potencial dessas células já curou leucemia, melhorou a vida de quem teve problemas cardíacos e livrou o agravo do diabetes em pessoas que sofriam deste mal. Até em animais tratamento com células-tronco já curou lesões graves. Hoje, já se sabe tais células são encontradas também na polpa dentária do dente de leite, no tecido adiposo e no sangue menstrual. Porém, tem que estudar esse tema com muita cautela, uma vez que há um longo caminho pela frente para realmente saber o verdadeiro potencial e as consequências de se tratar doenças com as células-tronco. Pelo menos isso é o que dizem os especialistas no assunto.

No que diz respeito ao avanço dos estudos sobre células-tronco, é notável destacar aqui as recentes descobertas do cientistas da USP no Brasil. Eles conseguiram produzir pequenos ossos em cobaias. Pedacinhos de ossos da cabeça de ratos foram retirados e com o implante de células-tronco nessa área, esses ossos foram reconstituídos num prazo de 20 dias. Isso é uma grande esperança para quem tem problema nos ossos, principalemte no crânio ou face. Mayana Zatz, genticista, a maior pesquisadora do assunto no Brasil diz: "estamos na fase de pesquisas, o que é muito importante para não arriscar a vida dos pacientes. Mas o importante é que nós estamos caminhando" (Jornal da record, 20 de março de 2010). Toda a revolução da medicina em torno desse tema está para um futuro próximo.

Pela capacidade de as células embrionárias se transformarem em diversos tipos de tecidos, boa parte dos cientistas preferem trabalhar com elas ao invés da céluas-tronco adultas, mesmo diante de toda a discussão que elas proporcionam. Pelo menos por enquanto, as células-tronco embrionárias não são usadas em experiências com humanos e poucas instituições são capazes de fabricá-las. Recentemente também foi produzida em laboratório a primeira linhagem de células-tronco embrionárias totalmente nacional: uma parceria do Instituto de Biociências da USP juntamente com o Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ. Até então, elas eram importadas para pesquisas, (Atualidades Vestibular 2010 - p. 203).

As pesquisas com células-tronco embrionárias ainda se iniciam e nem alcançaram o próprio organismo humano. Até que isso aconteça muitos passos têm que ser alcançados: selecionar células específicas para cada problema; cultivá-las; ter um controle sobre sua multiplicação, bem como sua diferenciação; garantir que a atuação dessas células seja apenas sobre os tecidos lesados e que necessitam de cura. Sabe-se que o progresso alcançado em seres humanos foi alcançado apenas com células-tronco adultas, como as retiradas da medula óssea e sangue, mas sabe-se também que elas não se diferenciam tanto quanto as embrionárias.

Na realidade, se conhece pouco sobre as células-tronco e não se dominam elas completamente pra o seu controle total. Tem que conhecê-las a fundo para que sua capacidade de multiplicação não dê origem a tumores. É o que diz a biomédica Marimélia Porcionatto, da Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, (Atualidades Vestibular 2009 - p. 202).

Nem mesmo a técnica da indução da pluripotência, (regressão da célula-tronco ao seu estado embrionário) oferece ainda segurança para o uso em seres humanos, justamente em virtude dessa manipulação genética se relacionar com o aparecimento de tumores.

Para saber se as células-tronco são o futuro da medicina terapêutica, veja o que responde James Edgar Till, o próprio descobridor delas: “previsões muitas vezes se provam erradas. De qualquer modo, eu espero que notícias muito boas virão da pesquisa de alta qualidade com células-tronco. Eu também espero que haverá muito poucas más notícias. Exemplo de má notícia é a ciência fraudulenta e falsa. Também o são más notícias os testes clínicos mal-planejados -- como aqueles sem grupo de controle, sem examinadores independentes e sem relatos na nobre literatura revisada. A pesquisa de baixa qualidade pode não apenas provocar muitos danos aos pacientes, mas também minar a credibilidade de todos os tipos de pesquisas com células-tronco. Isso seria uma notícia péssima”, (http://www.celula-tronco.com/).




Conhecimento humano associado à ciência:
uma aliança para o progresso da humanidade

Um comentário:

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